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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

É Dalí ou Daqui?

Última postagem de 2010. Ano de reconciliação com as palavras, de (re)descobertas. 2011 virá cheio de novidades, tô sentindo isso...

Mas o assunto aqui nem é sobre o ano que passou. Nas verdade, é sobre outro trabalho da universidade, sendo esse de 2009. Me apaixonei pelo que aprendi com ele e preciso compartilhar. Até porque penei pra encontrar informações e se alguém precisar, elas estão aí.

Sabe aquela disciplina bem chata sobre como fazer trabalhos acadêmicos que todo mundo tem que pagar? Pois é. Tivemos que fazer um trabalho sobre um quadro qualquer. E dentre os milhões de quadros e pintores que pesquisei, um me chamou atenção: Criança Geopolítica Observando o Nascimento do Homem Novo, de Salvador Dalí. Sei lá, o quadro me pegou de jeito. Quando comecei a desvendar seus significados, fiquei estarrecida. A obra é essa aí de baixo:

(Pode clicar na imagem pra aumentar)

Bom, pra entender o quadro, é preciso lembrar algumas coisas antes. Primeiro, que Dalí é pintor do século XX e que esse quadro foi pintado um pouco antes do fim da Segunda Guerra. Quem lembra das aulas de história? Crise de 29, revanchismo, nazismo, fascismo, autoritarismo. Com o fim da guerra, Inglaterra deixa de ser a grande potência mundial e emergem, bipolarizando hegemonia, os Estados Unidos e a União Soviética.

Aí vem Dalí, com todo seu surrealismo e cheio de idéias na cabeça pra registrar uma visão. E que registro!

Os principais elementos presentes na tela são: um ovo de casca elástica que possui continentes moles como se estivessem derretendo; o homem, que possui força e músculos, saindo do ovo; uma figura adulta andrógina que aponta para o “nascimento”; uma criança que se esconde atrás do adulto observando o acontecimento; um toldo pontiagudo em forma de guarda-chuva localizado acima do ovo; um pano branco situado abaixo do ovo; o sangue que escorre da rachadura; uma lágrima que sai da África Oriental; montanhas e uma paisagem quase desértica com algumas figuras ao fundo.

A temática, nele presente, é social e o tema é a mudança na sociedade e na geopolítica após a Segunda Guerra. Ao pintar este quadro, Dalí apresenta sua visão sobre os acontecimentos de sua época. Com o fim da guerra, a sociedade sofre transformações, ou seja, “nasce um homem novo”. Este homem é representado na tela pelo ser humano que rompe a casca do ovo.

É possível notar que a rachadura pela qual o homem sai está localizada na América do Norte. Salvador Dalí faz isso para mostrar a força e influência adquirida pelos Estados Unidos com o fim da guerra, como se o modelo do homem norte-americano fosse ser o predominante dali para frente. Na tela, a mão do homem está apertando a Inglaterra e se apoiando nela, exatamente por que os ingleses perdem a sua hegemonia na política mundial após 1945.

O sangue que escorre da rachadura, representa todas as perdas e dor causadas pela guerra para que esse novo homem pudesse nascer. A lágrima que cai do ocidente africano representa o sofrimento enfrentado pelo continente: o mais pobre do globo, explorado e com um quadro alarmante de miséria, fome e doenças. Os países do terceiro mundo estão com o tamanho aumentado, reforçando a importância que começam a adquirir nessa época. Os continentes são moles e o ovo possui essa consistência molenga para mostrar a instabilidade global vivenciada no contexto. O toldo pontiagudo pode representar a idéia de que todo o mundo já está inteiramente descoberto.

Duas figuras, um adulto e uma criança, assistem à cena. O adulto, que não possui sexo determinado, está chamando a atenção da criança para o acontecimento. A criança que observa a cena está assustada, se escondendo atrás do adulto. Esta, bem menor que o adulto, possui sombra maior, sugerindo que, futuramente ela substituirá o adulto e terá de lidar com toda essa situação que observa. Uma atmosfera assustadora toma conta do quadro, mostrando que a visão de Dalí sobre o que estava por vir com o fim da guerra não era nada otimista.

Sobre os elementos no fundo do quadro, encontrei poucas informações. Mas as duas figuras do lado esquerdo são retiradas de outro quadro "O Casamento da Virgem", de Rafael. Vai entender...

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Feliz vida nova

Eu não reclamo mais. De nada. Não tenho esse direito enquanto tiver comida na mesa, um lar e o amor da minha família. O que é uma gordurinha frente aos problemas que uma leva de gente enfrenta por aí? É ridículo, a frase anterior dá vergonha até de escrever. Mas eu escrevo que é pra não esquecer. Pronto. Essa é minha meta pro ano que vem e o resto dos itens da minha lista eu posso jogar no lixo. Lembrar de lembrar.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Postagem visual

Aqui vão umas fotos mostrando a cidade de Natal na década de 20 e hoje em dia, tiradas pra um trabalho de história que fizemos sobre a estadia de Mário de Andrade por aqui. Foi um trabalho muito gostoso de fazer, mas triste ao mesmo tempo. Dói ver edifícios antigos e cheios de potencial abandonados, destruídos ou desconfigurados. Quem quiser saber as fontes das fotos antigas, só me perguntar. As atuais foram tiradas por mim. Sou péssima fotógrafa, mas dá pra comparar :)




Antigo prédio da ED, na Ribeira, pertinho do Salesiano. Graças a Deus, conservado. Hoje abriga um centro clínico.





Cruzamento da Rua Chile com a Tavares de Lira. Aí ficava o Hotel Internacional, onde hoje é o HORROROSO escritório da Ecocil. Snif.



Foto tirada de cima da torre da antiga catedral. Onde estão essas casinhas?



A prefeitura. É lindinha, né? Mas esse prédio ao lado cheio de portas na foto antiga não existe mais. No lugar dele, acho que fica uma loja, sem nenhuma janela. Triste.




Praça Padre João Maria, vista também de cima da torre. Alguém viu um aglomerado de dunas por aí? Eu acho que ele se perdeu...



Ponta do Morcego. "A cidade não para, a cidade só cresce..."



Ê, Natal. Vai permanecer "cidade mocinha, sem ter coisas que dói destruir"?

sábado, 11 de dezembro de 2010

Feliz dia do arquiteto


Edificação abandonada na Rua Câmara Cascudo, pertinho da Capitania das Artes. Natal - RN.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sem fundamento.

Ontem em alguma estação, três radialistas discutiam sobre a copa 2014. Mais precisamente, sobre a rentabilidade do estádio para as empresas privadas que prentendem tomar parte na PPP.

"Todo o lucro será tirado na construção" - Han? O cara paga pra construir, salário de pedreiro, concreteira, compra os materiais, paga engenheiro, arquiteto, pintor, o diabo a quatro e ainda lucra? Opa, escolhi o curso certo então!

"Se fosse um projeto de shopping, tudo bem, é rentável, dá dinheiro. Mas um estádio? Vai ficar abandonado depois". Meu filho sabe que outras coisas podem ser colocadas no projeto? Já deu uma olhada nas propostas anteriores? Pesquise. E mesmo que seja só um estádio, o senhor já ouviu falar no Morumbi em São Paulo? Foi lá que teve o show de Paul McCartney. Beijos.

"Sei que essa possibilidade é meio utópica, mas existe a especulação de que as empresas investirão nos times do estado para que eles se destaquem e..." Foi aí que a gente desligou o rádio.

domingo, 21 de novembro de 2010

Fiiiiiu

Enfim, parece que eu encontrei a válvula de escape que procurava. Se eu disser que esse texto deveria ser metalingüístico, fica mais fácil descobrir qual é.

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A reforma que me perdoe, mas a trema é meu xodó.

Comparações descabidas

"Preferi o livro". Quem tem mais de doze anos de idade e faz esse tipo de comentário ao final de um filme muito provavelmente olha os girassóis de Van Gogh e diz que prefere os reais. Acha o olho humano muito mais vivo que o planetário de Calatrava. Diz que um sapo é mais bonito que uma geladeira e por aí vai...

Cinema é diferente de literatura, que é diferente de dança, que é diferente de música, que é diferente de artes plásticas. Um filme totalmente fiel a um livro é quase impossível e, se concretizado, provavelmente seria tão monótono quanto observar uma varejeira rondando bananas.

Comparações devem ser feitas de igual para igual. É possível criticar a adaptação, mas dizer que uma coisa é melhor que a outra, é de-más!

No mais, ninguém devia levar a sério qualquer coisa que eu diga, uma vez que tenho 20 anos e só escrevi esse texto por gostar tanto dos filmes quanto dos livros de Harry Potter. Só que esse último eu ainda tô pra assistir. E estou receosa pelo fato de a história ter sido dividida em duas partes. O livro já é meio enrolão em alguns momentos, imagine isso refletido na tela do cinema. Xiiii...

"Mas ele nem chora..."

sábado, 20 de novembro de 2010

Frustração

Acordou às seis para ir ao trabalho. Como sempre fazia, vestiu seu macacão bege, entrou no carro e ligou o rádio. O locutor entrevistava um político importante da região. Mudou de estação. O noticiário anunciava uma enchente numa grande cidade. Mudou de estação. Uma voz feminina dava a previsão do tempo para todo o país. Mudou de estação. Dois especialistas discutiam economia fervorosamente. Desligou o rádio. Todo dia era a mesma coisa, em todas as estações as pessoas simplesmente falavam e falavam, e aquele homem sentia falta de alguma coisa, mas não sabia de quê. Decidiu ir prestando atenção na paisagem.

Morreu de tédio.

Todas as construções em seu caminho eram iguais. Casas geminadas de porta e janela de madeira, paredes pintadas de branco e telha colonial na cobertura de duas águas. Quando não eram essas casas, havia prédios de 4 ou 6 andares, quadradinhos, sobre pilotis, com platibanda e também de cor branca. E havia os galpões cinza de telha de fibrocimento de pilares e vigas de concreto, onde as pessoas trabalhavam.Uma árvore ou outra aparecia solta no meio do trajeto. O homem vislumbrou que algo poderia ser diferente naquele caminho, mas não sabia como.

Chegou ao seu galpão de trabalho. Sentou em frente ao seu computador e começou a preencher as planilhas que deveria entregar ao final do dia. Perdido nos números e cálculos, algo lhe tira a concentração. Por que aquela mulher que serve o café sempre faz isso com ele? Hoje ele mal conseguia se conter quando ela veio se aproximando mais linda do que em todos os dias em que a havia visto. Queria dizer algo para ela, algo que fosse condizente com o que ele sentia. Pegou um papel e uma caneta. Mas nada saiu. Ele tinha certeza de que havia algo que poderia ser escrito, porém o papel continuou em branco. Ela serviu o café e ele apenas sorriu um sorriso amarelo cheio de frustração.

Ao fim do expediente, amargurado com alguma coisa que ele não sabia o quê, decidiu ir ao bar. Pediu a cachaça mais forte e bebeu sozinho, pensando na imagem daquela mulher. Pensou que queria registrá-la de alguma maneira que não fosse apenas em seu pensamento. Mas não havia fotografia e nunca se ouviu falar em pintura ou escultura. Queria chamá-la pra um primeiro encontro, mas não existia cinema ou uma peça de teatro em cartaz. Queria expressar todo seu sentimento de alguma maneira, mas não havia música ou literatura. Queria se mover junto a ela, mas não havia dança. E de repente, naquele bar sem música e naquela cidade sem arquitetura, a inquietude começou a tomar conta do corpo do homem, se espalhando por todos os lados até que ele, literalmente, explodiu. Seus pedacinhos voaram por todos os lados. E eu diria que ele teve muita sorte, pois deveria ser um castigo viver nesse mundo em que ninguém pode se expressar de maneiras diferentes. Esse homem não sabia, mas lá no fundo ele era apenas um artista frustrado que, vejam quão paradoxal, jamais conheceu a arte.

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O texto não justificado dá menos preguiça de ler?

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Sono

MUITO!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Limites

"Nações são prisões, o mundo é de todos". Essa eu vi pichada em algum muro da Rua Chile. E tá registrada que é pra eu não esquecer. Quem dera todo mundo pudesse, como numa propaganda da TIM, "viver sem fronteiras".

"Direis agora: Tresloucado, amigo!". E ainda vai me chamar de anarquista. Tá certo, não vamos exagerar. Pra viver assim só se voltássemos aos tempos do ronca e olhe lá: os aborígenes já brigavam por território. A questão aqui é outra.

Uma vez um professor de história falou que achava patriotismo uma babaquice. Eu choquei na hora. Também, ensinada a cantar o hino nacional estufando o peito e a amar o país acima de qualquer coisa, eu só podia estranhar. Mas a afirmação tem seu quê de verdade. A xenofobia nada mais é que uma exarcebação do nacionalismo, né não? E é coisa que não entra na minha cabeça de jeito nenhum, esse sentimento de superioridade. É como rivalidade entre time de futebol ou entre 5ª série A e 5ª série B. E a gente nem tá disputando campeonato ou o 1º lugar dos jogos internos, viu?

Não tô dizendo que amar a pátria faz de você um Hitler. Eu amo meu país, meu estado, minha cidade, minha casa. Mas preciso odiar a Argentina pra isso? Já pensou eu tocando na campainha do vizinho só pra dizer: "Hahaha, minha grama tá mais verde que a sua". Falando em Argentina, com o peso valendo metade do real, eu bem que queria estar por lá agora :) ¡Hola! É, esse sistema tem lá suas vantagens (egoístas e elitistas, mas tem).

Pra finalizar, vou soltar aqui um palavrão: puta merda! Só pra equilibrar, porque ultimamente esses meus textos tão muito politicamente corretos.

A dor e a delícia

(Para quem espera um texto pornográfico: ALT+F4) ~ Haha! ;)

Venho por meio deste registrar a minha queixa contra qualquer tipo de julgamento, preconceito ou rótulo. Por já ter julgado errado demais, parei de fazer. Por ter perdido oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas, parei de rotular. E o preconceito, que a gente insiste em mentir pra si próprio dizendo que não tem, só se vai assim. Veja bem, nem uma pessoa perfeita estaria apta a julgar o próximo, pois sendo perfeita, ela jamais o faria. Antes de lançar qualquer adjetivo no ar, reflita. Já vi muita coisa que parece esquisita por aí: gente que não bebe, não fuma e não foge, achando que tá por cima da carne seca, destilando veneno aos sete mares; e a menina rodada, malhada e bebaça fazendo o bem sem olhar a quem. Para quem você daria o seu voto pra ir pro céu? Eu não faço a mínima idéia. Deus é que sabe o que se passa no coração de cada um. E se você não acredita em Deus, acredite pelo menos na solidão e no que ela faz com nossa cabeça antes da gente dormir. Ninguém é melhor do que ninguém por motivo qualquer. Como diria Caetano: "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é".

E acabou numa riminha.


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p.s.: esse blog é esquizofrênico, fala com ninguém.

Perfeccionista

significa: chato pra car...amba! Não precisamos perder tempo com certas coisas. E olhe que quem falou foi a virginiana.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

E cada dia a mais

É um dia a menos.
Só quero um dia ameno.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Fugere urbem

Quem deixa o trato pastoril amado
Pela ingrata, civil correspondência
Ou desconhece o rosto da violência,
Ou do retiro a paz não tem provado

(Cláudio Manuel da Costa)

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Chega de século XIX e reformas urbanas, professora. Ramo pru siridó!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Frase e ponto.


Preciso de outra válvula de escape. As minhas já estão todas entupidas. É muita fumaça. De fogo. De palha. O consolo é que passa. Como tudo o que é ruim. E como muito do que é bom. Preciso de música, baixinha, perto do ouvido, cordas e voz. E do cheiro de boemia, de conversa imprevisível. Preciso ler e assistir algo fora do comum. Qualquer coisa que não se refira a cimento ou tijolo. Novidade. O despertar sem saber o que virá.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Tirando as teias

Eu disse que nunca mais escreveria, dei adeus e tudo. Sobre o rojão de dormir às duas da manhã  ao qual me referi anteriormente: fichinha! Semana passada dormi um dia sim e um dia não pra terminar meu projeto da 2ª unidade. Mas valeu a pena.

Só pra tirar as teias de aranha, aproveitando a brecha entre um trabalho e outro, coloco aqui trechos de uma resenha produzida pra a disciplina de História e Teoria de Arquitetura e Urbanismo 02. Só pra meus leitores fantasma refletirem um pouco. Até outra brecha!

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(...)

A subutilização do espaço público é um dos temas mais discutidos da atualidade. Contudo, essa questão não é exclusiva do tempo presente, uma vez que, no século XIX, urbanistas como Camillo Sitte já escreviam sobre o assunto. Em suas teorias, Sitte afirma que os espaços públicos não eram utilizados tão intensamente na sua época quanto foram na Antiguidade. Segundo o autor, as ações que anteriormente ocorriam ao ar livre – feiras, festividades, apresentações – passaram a se realizar em espaços fechados. As praças, de uso tão importante no passado, estavam relegadas a áreas de estacionamento de veículos.

Outro nome do urbanismo do século XIX que dá importância ao uso do espaço público é Ebenezer Howard, quando formula a idéia de cidade-jardim. Em sua teoria, o urbanista defende a aproximação entre cidade e campo, afirmando que os dois setores funcionam como ímã, através da complementaridade de funções. No desenho da cidade-jardim, Howard propõe um centro público, no qual haveria um belo jardim e onde se situariam os maiores prédios públicos. Propõe também o Palácio Cristal, espaço fechado cujo interior é ocupado por um parque público e pátios de recreação, de fácil acesso à população. Além disso, coloca em seu projeto uma avenida central, que funciona como um parque adicional.

A afirmação de Sitte pode ser observada claramente em diversos locais da cidade de Natal, onde não se vivencia o espaço público. A população natalense, em geral, tem relação de desapego com o espaço público. Entende-se o público não como aquilo que é de todos, mas como aquilo que não pertence a ninguém. Por isso as praças são degradadas, as árvores são podadas ou cortadas de qualquer maneira, os monumentos são pichados e o lixo entope os bueiros nos dias de chuva. O esvaziamento das ruas e praças contribui para esses feitos, uma vez que não haverá olhares repreendendo tais transgressões.

Outro fato notório é a proliferação dos condomínios residenciais quase auto-suficientes, cujo principal atrativo é a segurança, explorada nas estratégias de marketing das imobiliárias.

A falta de segurança mina o uso do espaço público. Diariamente se houve falar de alguém que foi assaltado ao andar a pé na rua ou até mesmo estando parado em frente a sua casa. Luís Fernando Veríssimo, mostra essa realidade de maneira cômica em uma de suas crônicas – Segurança – a qual descreve a proteção que é garantida em um condomínio fechado: muros altos, circuitos fechados de TV, visitantes identificados por crachás, fios de alta tensão. Porém, essas barreiras são constantemente rompidas pelos ladrões. E cada vez mais equipamentos e medidas de segurança são adicionadas. Até que os condôminos acabam se tornando os prisioneiros da situação.

Segundo Jane Jacobs, o fechamento da população atrás dos muros altos contribui para a ação de criminosos, uma vez que a rua passa a ser um espaço isolado. Se os muros fossem baixos, os habitantes funcionariam como os “olhos da rua” e talvez isso inibisse a abordagem de malfeitores. 

(...)
____
Só um breve comentário: tem um rua perto lá de casa que é toda de muros baixos e casas tradicionais de conjunto. É um lugar lindo e te passa uma super segurança em andar a pé. Eu morro de medo da minha rua. Quando abro a porta só vejo paredes e carros. Para onde foram as pessoas? Qualquer dia eu paro pra perguntar se alguma daquelas casas de muros baixos já foi assaltada.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Rojão

Pois pronto, começou. Quase duas da manhã quando termino o trabalho. UAU! Nunca mais escreverei. Adeus.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

!

Candidatos, parem de me mandar e-mail, POR FAVOR! Tks.

Boa volta às aulas a todos.

domingo, 1 de agosto de 2010

Só pra constar

Revolução no conceito de férias é passar o domingo a noite estudando para uma apresentação oral. Quanta alegria!


sábado, 24 de julho de 2010

Reverso

Pode esperar que o troco vem aí. Ficaremos semanas sem nos ver e eu te chamarei para comprar roupas, sapatos e acessórios comigo e com mamãe. Depois acha estranho quando digo quem é a moça da relação.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Utilidade pública

Copa veio, Copa foi. Férias vieram (para alguns sortudos) e férias estão indo (ou já foram para alguns azarados). Veio vaquejada, festa de Sant'Ana... e o ano segue seu curso. Outubro se aproxima e quem vem lá? Dia das crianças? Nãããão. Eleições. Vamos começar a pensar nas nossas escolhas. Já conhecem os candidatos? Pois bem. Queira você saber as propostas ou ficar abismado com o patrimônio de alguns candidatos (aliás, mais espantoso é que alguns provavelmente estejam subdimensionados), entra aí:


Desative o bloquador de pop-up's e clique em Divulgação de Candidaturas. Divirta-se :)


segunda-feira, 14 de junho de 2010

Tenho mais o que fazer

Meus dois últimos fins de semana foram ótimos! Aniversários, festas juninas, dia dos namorados, aniversário de namoro. Mas eles só foram bons mesmo porque eu quis. Poderiam ter sido uma bosta. E seriam se eu tivesse escolhido ficar fazendo relatórios ou escrevendo sobre materiais sintéticos na construção civil. Ou desenhando e fazendo mil cálculos de curvas de nível. Eu não fiz. Um desses trabalhos era pra entregar hoje. Não entreguei.

Eu fico aqui pensando naquilo que realmente vale a pena, sabe? Eu não acho desenhar curvas de nível mais importante que estar junto da minha família... não mesmo. Mesmo sabendo que isso implica em perder três pontos no IRA. OH, O IRA! Me importo com o meu, sim, não vou mentir. Quero que ele seja bom. Mas entre um IRA alto e comer um Pitt's delícia com meu namorado dia doze, eu fico com o Pitt's. Quero saber se no meu epitáfio vai estar escrito: IRA=8,35. Eu não sou um número. Sou um ser humano feito com todo carinho por papai e mamãe pra ser feliz, certeza. E quero morrer com uma história divertida pra contar.

Que atitude é mais irresponsável: deixar de entregar uma planta baixa colorida ou jogar fora seus dias de sol e noites de sono? Quando me derem tempo suficiente pra curtir e estudar, eu prometo que faço tudo direitinho. Por enquanto, eu vou levando. Com uma sorte incrível!

domingo, 30 de maio de 2010

Aquele abraço

Era feliz e não sabia. Não havia uma manhã sem uma crise de riso. Por mais que todos se vissem diariamente, cada encontro parecia acontecer depois de muitos anos de distância. Primeiro era o vocativo, depois o abrir de braços e o fechar em torno do outro. E esse ritual era repetido diversas vezes...

Hoje é bem diferente. Falta intimidade. As coisas são meio impessoais. Travar um abraço é uma das piores sensações que se pode existir. É um sentimento de coisa incompleta que fica no ar. Quem já sentiu? A pessoa lhe fez um elogio digno daquele abraço e você não consegue dar. Ou a pessoa está num momento péssimo, precisando daquele carinho e seus braços não conseguem se mover um milímetro. Não sei o que acontece.

Alegria grande é quando encontro alguém desses outros tempos. Aí a gente se deleita em um gesto verdadeiro e cheio de saudade. Como eu sinto falta de vocês no meu cotidiano. Não há remédio melhor pra doenças do coração. E é de graça :)



segunda-feira, 24 de maio de 2010

Ponto de vista

É bastante simples.

Eu posso me descabelar toda por esse curso estar me consumindo da ponta da cabeça ao dedão do pé, fechar a cara e querer sumir. Ou posso erguer as mãos pro céu e agradecer por ter conseguido passar no vestibular e estar estudando "de graça" numa boa universidade.

Eu posso reclamar que detesto almoçar na universidade. Ou posso dar graças por ter dinheiro pra comprar um almoço. E melhor ainda: agradecer pelo feijãozinho caseiro de todo dia. Como a gente esquece seu valor, hein, amigo?

Eu posso ficar de cara feia porque não tenho mais roupas novas pra sair. Por outro lado, devo ficar grata por ter o que vestir. Posso reclamar que estou descuidada, que não faço as unhas desde o carnaval e que não tenho tempo para academia. Melhor: posso agradecer por ter saúde e por não ter adoecido nenhuma vez esse ano.
Posso reclamar que nada bom passa na TV ou posso simplesmente desligá-la e ler um livro. Franzir a testa pro ônibus lotado ou agradecer por estar indo pra casa.

Posso ficar com ódio por estar perdendo meu tempo assistindo a uma palestra repetida. Ou posso enxergar isso como uma forma de fixar conceitos.

Posso reclamar que a minha cidade não tem opções pra sair ou posso abrir a cabeça. Quando foi a última vez que fui à praia? Ao Parque das Dunas? A uma peça no TAM? A um espetáculo de dança? Ao Museu Câmara Cascudo? 5ª série? Eu conheço a Casa da Ribeira? O Centro de Turismo? Eu moro mesmo em Natal?

Posso reclamar que o sol tá pegando fogo. Ou tomar um sorvete delicioso, sem culpa. Posso odiar a chuva lá fora. Ou agradecer por essa água que ainda cai do céu.

Posso reclamar que ninguém tá nem aí. Ou chegar com jeito e conversar. Posso fechar a cara pro mundo. Mas aí o mundo vai fechar a cara pra mim. Solução?



Como dizem por ai: nasci sem dente, pelada e careca. O que vier é lucro!
Que não fique só nas palavras. Câmbio, desligo.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Por que somos assim?

Tá feliz? Qual o motivo de tanta felicidade? Aí tem coisa...
Tá sério? O que foi que eu fiz de errado? Você não me ama mais...
Tá arrumadinho? Por que tão arrumado pra ir a universidade?
Tá descuidado? Nem  se cuida pra mim.
Liga direto? Que grude!
Um dia sem ligar? Não me ama mais.
Agarradinhos no show? Deixa eu ficar solta.
Separados no show? Você nem me protege!
Tá bonita. Só pra ficar bem na fita.
Tá gordinha, hein? Buááááá.

Enfim, como parafraseou meu irmão hoje:
- Parabéns a todos nós.
- Mas hoje é dia da mulher!
- É dia da mulher, mas quem tá de parabéns são os homens que aguentam vocês.

(Dedicado ao maguelo)

sexta-feira, 5 de março de 2010

Reformando atitudes

Minha boa amiga arquitetura vai, enfim, me conquistando. Temos paquerado abertamente durante essa semana. Sem nenhuma briga.

Dentre as palestras apresentadas na SemanAU¹ da UFRN, ocorrida nesses últimos 5 dias, uma despertou aquele calorzinho no coração - Arquitetura Alternativa, ministrada pela arquiteta Viviane Teles. Não vou entrar em detalhes sobre as construções feitas com adobe ou sobre permacultura, apesar de ter ficado fascinada com tudo o que foi apresentado. A história que quero contar aqui é outra. Não é a primeira vez que ouço, nem a primeira e última vez que conto.

A arquiteta recebeu um projeto de reforma para fazer. O perfil da família que o encomendou não me é estranho: um casal, três filhos, quartos com televisão e computador; cada um isolado em seu pequeno mundo; pouca conversa entre eles. Como acontece na minha família, talvez na sua ou na dos nossos vizinhos.

Ela fez o projeto. Executou. Todas as televisões foram retiradas. A sala, por onde circulava um vento bem gostoso, recebeu uma televisão boa e atrativos para os filhos. A reação ao executado é previsível: "CADÊ A MINHA TV???".

Os meses foram passando e com eles à reação negativa ao novo ambiente. Mantendo contato com os familiares, através daquilo que chamamos de APO², Viviane ouviu uma frase que, segundo ela, jamais esquecerá: "Você salvou minha família".

A televisão agora era só uma e todos precisavam saber compartilhá-la. A confusão deu lugar à compreensão. Os filhos passaram a achar o jornal a que os pais assistiam interessante, assim como os pais começaram a assistir aos mesmos programas que seus filhos, facilitando até o entendimento da cabeça de seus bambinos. O espaço de convivência criado na sala e na cozinha afastou o isolamento de cada um nos seus quartos. O diálogo surgiu e quando menos se esperava, aquilo era um exemplo de família.

Conclusão: arquitetura não é só combinar a cortina com o tapete. É projetar entendendo as pessoas que utilizarão determinado espaço. Arquiteto tem um pouco de psicólogo, de sociólogo e até de Super Nanny (fora todas as outras atribuições).

E para aqueles que não tem nada a ver com a área, o recado é esse: pequenas atitudes podem fazer uma grande diferença.

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1. Semana de Arquitetura e Urbanismo
2. Avaliação pós-ocupacional. No grosso: o arquiteto fica em contato com o cliente pra ver se o que ele projetou funciona.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Verdade verdadeira



Com toda a sinceridade: não quero ser arquiteta, quero ser bailarina. Trocaria a prancheta por um palco e o compasso por um par de sapatilhas.

Eu não amo meu curso, eu e ele somos apenas bons amigos - pelo menos por enquanto. Meus testes vocacionais apontavam sempre para o lado artístico, mas eu tremia nas bases só de pensar em revelar que faria artes cênicas ou plásticas. O curso de dança foi criado no ano em que eu prestei vestibular, mas todos esperavam uma decisão sensata da minha parte. "Quer morrer de fome?" Optei por arquitetura e urbanismo sem conhecê-la muito a fundo, muito mais pelo status da área tecnológica e por uma possível renda mais estável. Lógico que o lado artístico e criativo também contou.

Passei tranquilamente. Entrei no curso e me deparei com um universo todo novo. Vieram os trabalhos e com eles as dores de cabeça, as crises de criatividade, as noites mal dormidas (ou nem dormidas), as críticas e comparações. Se tudo isso se deu nos períodos iniciais, imagino o que virá lá na frente. Gosto sim de arquitetura, de admirar e entender o significado das coisas. A parte histórica me encanta, bem como a compreensão o processo construtivo. Só que na hora de criar, é um Deus nos acuda! Tudo que sai da cabeça parece inútil.

Eu amo dançar. Minha relação com a dança é de namoro que acaba de começar. Dançar sim, me faz bem. A sensação do alongamento, o movimento do corpo, o ritmo, os giros e saltos, tudo isso me liberta. Mesmo estando parada há dois anos, ainda sinto tudo isso muito vivo e continuo dando pirueta no meu quarto.

Se eu pudesse escolher que nem criança, hoje eu diria que quero ganhar a vida sendo bailarina de contemporâneo. Viajaria o mundo inteiro me apresentando e nem precisaria ganhar muito, só o suficiente para viver bem. Dá tempo ao tempo.

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Tinha eu 14 anos de idade
Quando meu pai me chamou
Perguntou se eu não queria
Estudar filosofia
Medicina ou engenharia
Tinha eu que ser doutor


Mas a minha aspiração
Era ter um violão
Para me tornar sambista
Ele então me aconselhou
Sambista não tem valor
Nesta terra de doutor
E seu doutor
O meu pai tinha razão


Vejo um samba ser vendido
E o sambista esquecido,
O seu verdadeiro autor
Eu estou necessitado
Mas meu samba encabulado
Eu não vendo não senhor

(14 anos - Paulinho da Viola)

BBB, blablablá

Acompanho as notícias na internet e vejo os vídeos no Youtube. Tenho raiva de alguns participantes e morro de rir com outros. A verdade é que eu gosto de assistir ao Big Brother e me condeno por isso. Assim como adoro comer batata palha com ketchup e fico com peso na consciência sempre que o faço.

Quando me pergunto por que o programa faz tanto sucesso, inúmeras respostas vêm a tona. A primeira é que, em geral, brasileiro adora ver o circo pegar fogo. Tô mentindo? Basta prestar atenção numa cena de acidente de trânsito: quanto mais sangue, mais gente em volta. Se a vizinha foi pega pulando a cerca, então... coitada. Os barracos e brincadeiras maliciosas do reality show deleitam o público.

Outra explicação é que o ser humano tem uma tendência forte a julgar o outro. Apontar fulaninha como falsa, manipuladora e vulgar ou cicraninho como mosca morta e sem graça parece provocar pontinhas de prazer. O programa nos leva a isso: julgar as pessoas e votar para eliminar quem achamos que não merece estar ali. E nos sentimos todos poderosos, donos da razão, entramos no jogo, damos palpite. Venhamos e convenhamos: em que o BBB nos acrescenta?

Se a dúvida é porque, mesmo acreditando em tudo isso, ainda continuo assistindo, aqui vai a resposta: pelo mesmo motivo que continuo indo escondida à despensa pegar batata palha. É vício. E vício é quase sempre hábito ruim que a gente luta pra controlar. Mas outro dia mudei de canal e assisti a um programa inteirinho sobre uma pintura holandesa. Me senti muito mais leve, assim como quando opto por frutas no lugar de biscoito recheado.

Hoje tem prova do líder. E eu vou ler um livro. Amanhã, Deus sabe...

O sexo das cores


Enquanto o mundo se preocupa em discutir o sexo dos anjos, uma questão que me aflige é o sexo das cores. Chego perto da insanidade ao pensar sobre a questão. Por que cargas d'água, na minha cabeça, todas as cores têm sexo?

É algo que me acompanha desde muito pequena. A lembrança mais antiga que tenho sobre o assunto é do meu jardim de infância. No parquinho, havia um gira-gira pintado com as cores vermelha, azul e amarela. Sentei na parte vermelha e, com toda convicção, afirmei: "vermelho é cor de mulher". Isso me rendeu uma bela discussão com um coleguinha, que insistia em dizer que não, vermelho era cor de homem. Minha opinião não mudou.

Mas aí fico me perguntando: por quê? O que me fez pensar que vermelho, amarelo, rosa, laranja, roxo e lilás são cores femininas? E que branco, preto, cinza, azul, verde, marrom e amarelo queimado são cores masculinas? É estranho.

Imaginei as possibilidades. Pensei se seria influência dos Power Rangers, mas logo descartei a hipótese, já que o vermelho era um homem. Pensei também na disposição dos lápis na caixinha, mas não há nenhuma separação entre as cores que considero femininas e as que considero masculinas. Talvez tenha sido alguém que me ensinou isso. Mas quem foi o louco?

Quem sabe alguém pensa assim como eu, quem sabe é uma coisa só minha... será que Freud explica? Definitivamente, é um caso a ser estudado.