BLOGGER TEMPLATES AND TWITTER BACKGROUNDS »

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Verdade verdadeira



Com toda a sinceridade: não quero ser arquiteta, quero ser bailarina. Trocaria a prancheta por um palco e o compasso por um par de sapatilhas.

Eu não amo meu curso, eu e ele somos apenas bons amigos - pelo menos por enquanto. Meus testes vocacionais apontavam sempre para o lado artístico, mas eu tremia nas bases só de pensar em revelar que faria artes cênicas ou plásticas. O curso de dança foi criado no ano em que eu prestei vestibular, mas todos esperavam uma decisão sensata da minha parte. "Quer morrer de fome?" Optei por arquitetura e urbanismo sem conhecê-la muito a fundo, muito mais pelo status da área tecnológica e por uma possível renda mais estável. Lógico que o lado artístico e criativo também contou.

Passei tranquilamente. Entrei no curso e me deparei com um universo todo novo. Vieram os trabalhos e com eles as dores de cabeça, as crises de criatividade, as noites mal dormidas (ou nem dormidas), as críticas e comparações. Se tudo isso se deu nos períodos iniciais, imagino o que virá lá na frente. Gosto sim de arquitetura, de admirar e entender o significado das coisas. A parte histórica me encanta, bem como a compreensão o processo construtivo. Só que na hora de criar, é um Deus nos acuda! Tudo que sai da cabeça parece inútil.

Eu amo dançar. Minha relação com a dança é de namoro que acaba de começar. Dançar sim, me faz bem. A sensação do alongamento, o movimento do corpo, o ritmo, os giros e saltos, tudo isso me liberta. Mesmo estando parada há dois anos, ainda sinto tudo isso muito vivo e continuo dando pirueta no meu quarto.

Se eu pudesse escolher que nem criança, hoje eu diria que quero ganhar a vida sendo bailarina de contemporâneo. Viajaria o mundo inteiro me apresentando e nem precisaria ganhar muito, só o suficiente para viver bem. Dá tempo ao tempo.

_______________________________________


Tinha eu 14 anos de idade
Quando meu pai me chamou
Perguntou se eu não queria
Estudar filosofia
Medicina ou engenharia
Tinha eu que ser doutor


Mas a minha aspiração
Era ter um violão
Para me tornar sambista
Ele então me aconselhou
Sambista não tem valor
Nesta terra de doutor
E seu doutor
O meu pai tinha razão


Vejo um samba ser vendido
E o sambista esquecido,
O seu verdadeiro autor
Eu estou necessitado
Mas meu samba encabulado
Eu não vendo não senhor

(14 anos - Paulinho da Viola)

BBB, blablablá

Acompanho as notícias na internet e vejo os vídeos no Youtube. Tenho raiva de alguns participantes e morro de rir com outros. A verdade é que eu gosto de assistir ao Big Brother e me condeno por isso. Assim como adoro comer batata palha com ketchup e fico com peso na consciência sempre que o faço.

Quando me pergunto por que o programa faz tanto sucesso, inúmeras respostas vêm a tona. A primeira é que, em geral, brasileiro adora ver o circo pegar fogo. Tô mentindo? Basta prestar atenção numa cena de acidente de trânsito: quanto mais sangue, mais gente em volta. Se a vizinha foi pega pulando a cerca, então... coitada. Os barracos e brincadeiras maliciosas do reality show deleitam o público.

Outra explicação é que o ser humano tem uma tendência forte a julgar o outro. Apontar fulaninha como falsa, manipuladora e vulgar ou cicraninho como mosca morta e sem graça parece provocar pontinhas de prazer. O programa nos leva a isso: julgar as pessoas e votar para eliminar quem achamos que não merece estar ali. E nos sentimos todos poderosos, donos da razão, entramos no jogo, damos palpite. Venhamos e convenhamos: em que o BBB nos acrescenta?

Se a dúvida é porque, mesmo acreditando em tudo isso, ainda continuo assistindo, aqui vai a resposta: pelo mesmo motivo que continuo indo escondida à despensa pegar batata palha. É vício. E vício é quase sempre hábito ruim que a gente luta pra controlar. Mas outro dia mudei de canal e assisti a um programa inteirinho sobre uma pintura holandesa. Me senti muito mais leve, assim como quando opto por frutas no lugar de biscoito recheado.

Hoje tem prova do líder. E eu vou ler um livro. Amanhã, Deus sabe...

O sexo das cores


Enquanto o mundo se preocupa em discutir o sexo dos anjos, uma questão que me aflige é o sexo das cores. Chego perto da insanidade ao pensar sobre a questão. Por que cargas d'água, na minha cabeça, todas as cores têm sexo?

É algo que me acompanha desde muito pequena. A lembrança mais antiga que tenho sobre o assunto é do meu jardim de infância. No parquinho, havia um gira-gira pintado com as cores vermelha, azul e amarela. Sentei na parte vermelha e, com toda convicção, afirmei: "vermelho é cor de mulher". Isso me rendeu uma bela discussão com um coleguinha, que insistia em dizer que não, vermelho era cor de homem. Minha opinião não mudou.

Mas aí fico me perguntando: por quê? O que me fez pensar que vermelho, amarelo, rosa, laranja, roxo e lilás são cores femininas? E que branco, preto, cinza, azul, verde, marrom e amarelo queimado são cores masculinas? É estranho.

Imaginei as possibilidades. Pensei se seria influência dos Power Rangers, mas logo descartei a hipótese, já que o vermelho era um homem. Pensei também na disposição dos lápis na caixinha, mas não há nenhuma separação entre as cores que considero femininas e as que considero masculinas. Talvez tenha sido alguém que me ensinou isso. Mas quem foi o louco?

Quem sabe alguém pensa assim como eu, quem sabe é uma coisa só minha... será que Freud explica? Definitivamente, é um caso a ser estudado.