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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

É Dalí ou Daqui?

Última postagem de 2010. Ano de reconciliação com as palavras, de (re)descobertas. 2011 virá cheio de novidades, tô sentindo isso...

Mas o assunto aqui nem é sobre o ano que passou. Nas verdade, é sobre outro trabalho da universidade, sendo esse de 2009. Me apaixonei pelo que aprendi com ele e preciso compartilhar. Até porque penei pra encontrar informações e se alguém precisar, elas estão aí.

Sabe aquela disciplina bem chata sobre como fazer trabalhos acadêmicos que todo mundo tem que pagar? Pois é. Tivemos que fazer um trabalho sobre um quadro qualquer. E dentre os milhões de quadros e pintores que pesquisei, um me chamou atenção: Criança Geopolítica Observando o Nascimento do Homem Novo, de Salvador Dalí. Sei lá, o quadro me pegou de jeito. Quando comecei a desvendar seus significados, fiquei estarrecida. A obra é essa aí de baixo:

(Pode clicar na imagem pra aumentar)

Bom, pra entender o quadro, é preciso lembrar algumas coisas antes. Primeiro, que Dalí é pintor do século XX e que esse quadro foi pintado um pouco antes do fim da Segunda Guerra. Quem lembra das aulas de história? Crise de 29, revanchismo, nazismo, fascismo, autoritarismo. Com o fim da guerra, Inglaterra deixa de ser a grande potência mundial e emergem, bipolarizando hegemonia, os Estados Unidos e a União Soviética.

Aí vem Dalí, com todo seu surrealismo e cheio de idéias na cabeça pra registrar uma visão. E que registro!

Os principais elementos presentes na tela são: um ovo de casca elástica que possui continentes moles como se estivessem derretendo; o homem, que possui força e músculos, saindo do ovo; uma figura adulta andrógina que aponta para o “nascimento”; uma criança que se esconde atrás do adulto observando o acontecimento; um toldo pontiagudo em forma de guarda-chuva localizado acima do ovo; um pano branco situado abaixo do ovo; o sangue que escorre da rachadura; uma lágrima que sai da África Oriental; montanhas e uma paisagem quase desértica com algumas figuras ao fundo.

A temática, nele presente, é social e o tema é a mudança na sociedade e na geopolítica após a Segunda Guerra. Ao pintar este quadro, Dalí apresenta sua visão sobre os acontecimentos de sua época. Com o fim da guerra, a sociedade sofre transformações, ou seja, “nasce um homem novo”. Este homem é representado na tela pelo ser humano que rompe a casca do ovo.

É possível notar que a rachadura pela qual o homem sai está localizada na América do Norte. Salvador Dalí faz isso para mostrar a força e influência adquirida pelos Estados Unidos com o fim da guerra, como se o modelo do homem norte-americano fosse ser o predominante dali para frente. Na tela, a mão do homem está apertando a Inglaterra e se apoiando nela, exatamente por que os ingleses perdem a sua hegemonia na política mundial após 1945.

O sangue que escorre da rachadura, representa todas as perdas e dor causadas pela guerra para que esse novo homem pudesse nascer. A lágrima que cai do ocidente africano representa o sofrimento enfrentado pelo continente: o mais pobre do globo, explorado e com um quadro alarmante de miséria, fome e doenças. Os países do terceiro mundo estão com o tamanho aumentado, reforçando a importância que começam a adquirir nessa época. Os continentes são moles e o ovo possui essa consistência molenga para mostrar a instabilidade global vivenciada no contexto. O toldo pontiagudo pode representar a idéia de que todo o mundo já está inteiramente descoberto.

Duas figuras, um adulto e uma criança, assistem à cena. O adulto, que não possui sexo determinado, está chamando a atenção da criança para o acontecimento. A criança que observa a cena está assustada, se escondendo atrás do adulto. Esta, bem menor que o adulto, possui sombra maior, sugerindo que, futuramente ela substituirá o adulto e terá de lidar com toda essa situação que observa. Uma atmosfera assustadora toma conta do quadro, mostrando que a visão de Dalí sobre o que estava por vir com o fim da guerra não era nada otimista.

Sobre os elementos no fundo do quadro, encontrei poucas informações. Mas as duas figuras do lado esquerdo são retiradas de outro quadro "O Casamento da Virgem", de Rafael. Vai entender...

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Feliz vida nova

Eu não reclamo mais. De nada. Não tenho esse direito enquanto tiver comida na mesa, um lar e o amor da minha família. O que é uma gordurinha frente aos problemas que uma leva de gente enfrenta por aí? É ridículo, a frase anterior dá vergonha até de escrever. Mas eu escrevo que é pra não esquecer. Pronto. Essa é minha meta pro ano que vem e o resto dos itens da minha lista eu posso jogar no lixo. Lembrar de lembrar.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Postagem visual

Aqui vão umas fotos mostrando a cidade de Natal na década de 20 e hoje em dia, tiradas pra um trabalho de história que fizemos sobre a estadia de Mário de Andrade por aqui. Foi um trabalho muito gostoso de fazer, mas triste ao mesmo tempo. Dói ver edifícios antigos e cheios de potencial abandonados, destruídos ou desconfigurados. Quem quiser saber as fontes das fotos antigas, só me perguntar. As atuais foram tiradas por mim. Sou péssima fotógrafa, mas dá pra comparar :)




Antigo prédio da ED, na Ribeira, pertinho do Salesiano. Graças a Deus, conservado. Hoje abriga um centro clínico.





Cruzamento da Rua Chile com a Tavares de Lira. Aí ficava o Hotel Internacional, onde hoje é o HORROROSO escritório da Ecocil. Snif.



Foto tirada de cima da torre da antiga catedral. Onde estão essas casinhas?



A prefeitura. É lindinha, né? Mas esse prédio ao lado cheio de portas na foto antiga não existe mais. No lugar dele, acho que fica uma loja, sem nenhuma janela. Triste.




Praça Padre João Maria, vista também de cima da torre. Alguém viu um aglomerado de dunas por aí? Eu acho que ele se perdeu...



Ponta do Morcego. "A cidade não para, a cidade só cresce..."



Ê, Natal. Vai permanecer "cidade mocinha, sem ter coisas que dói destruir"?

sábado, 11 de dezembro de 2010

Feliz dia do arquiteto


Edificação abandonada na Rua Câmara Cascudo, pertinho da Capitania das Artes. Natal - RN.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sem fundamento.

Ontem em alguma estação, três radialistas discutiam sobre a copa 2014. Mais precisamente, sobre a rentabilidade do estádio para as empresas privadas que prentendem tomar parte na PPP.

"Todo o lucro será tirado na construção" - Han? O cara paga pra construir, salário de pedreiro, concreteira, compra os materiais, paga engenheiro, arquiteto, pintor, o diabo a quatro e ainda lucra? Opa, escolhi o curso certo então!

"Se fosse um projeto de shopping, tudo bem, é rentável, dá dinheiro. Mas um estádio? Vai ficar abandonado depois". Meu filho sabe que outras coisas podem ser colocadas no projeto? Já deu uma olhada nas propostas anteriores? Pesquise. E mesmo que seja só um estádio, o senhor já ouviu falar no Morumbi em São Paulo? Foi lá que teve o show de Paul McCartney. Beijos.

"Sei que essa possibilidade é meio utópica, mas existe a especulação de que as empresas investirão nos times do estado para que eles se destaquem e..." Foi aí que a gente desligou o rádio.