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domingo, 30 de maio de 2010

Aquele abraço

Era feliz e não sabia. Não havia uma manhã sem uma crise de riso. Por mais que todos se vissem diariamente, cada encontro parecia acontecer depois de muitos anos de distância. Primeiro era o vocativo, depois o abrir de braços e o fechar em torno do outro. E esse ritual era repetido diversas vezes...

Hoje é bem diferente. Falta intimidade. As coisas são meio impessoais. Travar um abraço é uma das piores sensações que se pode existir. É um sentimento de coisa incompleta que fica no ar. Quem já sentiu? A pessoa lhe fez um elogio digno daquele abraço e você não consegue dar. Ou a pessoa está num momento péssimo, precisando daquele carinho e seus braços não conseguem se mover um milímetro. Não sei o que acontece.

Alegria grande é quando encontro alguém desses outros tempos. Aí a gente se deleita em um gesto verdadeiro e cheio de saudade. Como eu sinto falta de vocês no meu cotidiano. Não há remédio melhor pra doenças do coração. E é de graça :)



segunda-feira, 24 de maio de 2010

Ponto de vista

É bastante simples.

Eu posso me descabelar toda por esse curso estar me consumindo da ponta da cabeça ao dedão do pé, fechar a cara e querer sumir. Ou posso erguer as mãos pro céu e agradecer por ter conseguido passar no vestibular e estar estudando "de graça" numa boa universidade.

Eu posso reclamar que detesto almoçar na universidade. Ou posso dar graças por ter dinheiro pra comprar um almoço. E melhor ainda: agradecer pelo feijãozinho caseiro de todo dia. Como a gente esquece seu valor, hein, amigo?

Eu posso ficar de cara feia porque não tenho mais roupas novas pra sair. Por outro lado, devo ficar grata por ter o que vestir. Posso reclamar que estou descuidada, que não faço as unhas desde o carnaval e que não tenho tempo para academia. Melhor: posso agradecer por ter saúde e por não ter adoecido nenhuma vez esse ano.
Posso reclamar que nada bom passa na TV ou posso simplesmente desligá-la e ler um livro. Franzir a testa pro ônibus lotado ou agradecer por estar indo pra casa.

Posso ficar com ódio por estar perdendo meu tempo assistindo a uma palestra repetida. Ou posso enxergar isso como uma forma de fixar conceitos.

Posso reclamar que a minha cidade não tem opções pra sair ou posso abrir a cabeça. Quando foi a última vez que fui à praia? Ao Parque das Dunas? A uma peça no TAM? A um espetáculo de dança? Ao Museu Câmara Cascudo? 5ª série? Eu conheço a Casa da Ribeira? O Centro de Turismo? Eu moro mesmo em Natal?

Posso reclamar que o sol tá pegando fogo. Ou tomar um sorvete delicioso, sem culpa. Posso odiar a chuva lá fora. Ou agradecer por essa água que ainda cai do céu.

Posso reclamar que ninguém tá nem aí. Ou chegar com jeito e conversar. Posso fechar a cara pro mundo. Mas aí o mundo vai fechar a cara pra mim. Solução?



Como dizem por ai: nasci sem dente, pelada e careca. O que vier é lucro!
Que não fique só nas palavras. Câmbio, desligo.