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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Questão de educação

Essa semana fui ao DETRAN fazer minha prova teórica pra tirar a carteira. É isso aí, sou provavelmente a única das minhas amigas de 20 anos que jamais dirigiu um carro. Mas isso não importa. Quer dizer, importa sim, porque eu sempre tenho que mofar na parada esperando o 66(6) quando não tenho carona. Não importa é pra o texto.

Eu estava lá, desalinhada¹ e morena (infelizmente o linda e loira não me cabe), sentada numa cadeira por ter sido a primeira a entrar na sala. Todas as outras cadeiras também estavam ocupadas, uma fila imensa se formou pra quem queria ser atendido e o resto do pessoal ficou em pé, de olho num cantinho pra acomodar a buzanfa.

De repente, não mais que de repente, chega uma moça que podia ser eu. Novinha assim, uns 23 anos, sei lá. Ela tava grávida. Tinha um nenenzinho lá na barriga dela, ó. Ela foi prontamente atendida por ser preferencial. E ficou sem lugar pra sentar.

Eu não acreditei. Tá certo que entre ela ter se enconstado na parede e eu ter oferecido meu lugar a ela não se passaram nem 15 segundos. Mas o que meu deixou perplexa é que havia MUITOS homens na sala. Uns na casa dos 30, outros que, a julgar pelo cabelo baixinho, tinham acabado de passar no vestibular. Meninos que provavelmente estudaram em boas escolas, pagaram os cursinhos mais caros. Gente, nenhum homem se levantou!

Então tá. Dei meu lugar a ela e foi a minha vez de ficar em pé enconstada na parede. Eu devo aparentar um vigor físico fantástico ou parecer um moleque, porque também nenhum homem me deu lugar. Ora, não levantaram pra grávida iam muito levantar pra mim. Essa frase ficou HORRÍVEL. Substitui aí o levantar por ceder o lugar e fica tudo certo. Mas se eu tivesse de decotão e shortinho dançando o rebolation freneticamente numa festa num dava 5 segundos pra pelo menos um chegar e oferecer até a casa.

INTERESSEIROS.


Nos ônibus acontece demais também. Você tá lá com aqueles 34032940932 livros que pegou na biblioteca central pra fazer o trabalho daquela disciplina que adora passar esses trabalhos de muita pesquisa e, tcha-ram, ninguém se oferece pra segurar pra você. Aí a gente dá uma de equilibrista e vê pelo lado bom, né? Quem sabe se a professora der nota ruim no trabalho, você arranja um bico no Cirque du Soleil.

Esse texto todo é pra dizer o seguinte: além de educação, falta cavalheirismo. Pode falar de feminismo, direitos iguais para homens e mulheres etc. etc. etc. Mas deixa um rapaz te dar o lugarzinho dele pra ver se você não vai ficar boquiaberta. Ninguém faz mais isso. Um homem educado é a coisa mais linda!

Tá. Foi só o desabafo de uma morena desalinhada.

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1. Não uso feia, porque aprendi que mulher feia não existe. Existe mulher preguiçosa, já que até as pobezinha dão seu jeito. Então, me incluo nessa classe aí. E também pra não chocar a autoestima, né, a coitada.

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