terça-feira, 31 de maio de 2011
P(r)o(f)ético
Escrito por Camila às 20:34 0 comentários
Marcadores: vida
domingo, 29 de maio de 2011
Lenitivo
"Headpiece filled with straw"
T.S. Eliot, "The Hollow Men"
Nós somos as inorgânicas
Frias estátuas de talco
Com hálito de champagne
E pernas de salto alto
Nossa pele fluorescente
É doce e refrigerada
E em nossa conversa ausente
Tudo não quer dizer nada.
Nós somos as longilíneas
Lentas madonas de boate
Iluminamos as pistas
Com nossos rostos de opala.
Vamos em câmara lenta
Sem sorrir demasiado
E olhamos como sem ver
Com nossos olhos cromados.
Nós somos as sonolentas
Monjas do tédio inconsútil
Em nosso escuro convento
A ordem manda ser fútil
Fomos alunas bilíngües
De "Sacre-Coeur" e "Sion"
Mas adorar, só adoramos
A imagem do deus Mamon.
Nós somos as grã-funestas
Filhas do Ouro com a Miséria
O gênio nos enfastia
E a estupidez nos diverte.
Amamos a vida fria
E tudo o que nos espelha
Na asséptica companhia
Dos nossos machos-de-abelha.
Nós somos as bailarinas
Pressagas do cataclismo
Dançando a dança da moda
Mas nada nos incomoda
De vez que há sempre quem paga
O luxo de entrar na roda
Em Arpels ou Balenciaga.
Nós somos as grã-funestas
As onézimas letais*
Dormimos a nossa sesta
Em ataúdes de cristal
E só tiramos do rosto
Nossa máscara de cal
Para o drinque do sol posto
Com o cronista social.
* Uma das categorias da Nova Gnomônia, de Jayme Ovalle, que classifica os seres e as coisas em: datas, parás, mozarlescos, kernianos e os onézimos, sendo estes conhecidos "pés-frios". Para maiores esclarecimentos, ver o capítulo [a crônica] "A Nova Gnomônia" em Crônicas da província do Brasil, de Manuel Bandeira.
Escrito por Camila às 13:01 0 comentários
Marcadores: je
Acordei vestida de poesia
Testamento
Manuel Bandeira
O que não tenho e desejo
É que melhor me enriquece.
Tive uns dinheiros — perdi-os...
Tive amores — esqueci-os.
Mas no maior desespero
Rezei: ganhei essa prece.
Vi terras da minha terra.
Por outras terras andei.
Mas o que ficou marcado
No meu olhar fatigado,
Foram terras que inventei.
Gosto muito de crianças:
Não tive um filho de meu.
Um filho!... Não foi de jeito...
Mas trago dentro do peito
Meu filho que não nasceu.
Criou-me, desde eu menino
Para arquiteto meu pai.
Foi-se-me um dia a saúde...
Fiz-me arquiteto? Não pude!
Sou poeta menor, perdoai!
Não faço versos de guerra.
Não faço porque não sei.
Mas num torpedo-suicida
Darei de bom grado a vida
Na luta em que não lutei!
Escrito por Camila às 09:21 0 comentários
Marcadores: poesia
domingo, 22 de maio de 2011
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Raio-x
Nome: Camila
Idade: 20
Profissão: estudante de arquitetura e urbanismo
Passatempo: estragar músicas em aulas desinteressantes
Luz, quero luz
Dá tudo errado e a gente quase cai pra trás
Escrito por Camila às 13:08 0 comentários
Marcadores: parodiando
terça-feira, 17 de maio de 2011
Bem-te-vi
Escrito por Camila às 14:35 0 comentários
Marcadores: :)
sábado, 7 de maio de 2011
terça-feira, 3 de maio de 2011
Na madrugada...
Escrito por Camila às 03:44 0 comentários