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sexta-feira, 5 de março de 2010

Reformando atitudes

Minha boa amiga arquitetura vai, enfim, me conquistando. Temos paquerado abertamente durante essa semana. Sem nenhuma briga.

Dentre as palestras apresentadas na SemanAU¹ da UFRN, ocorrida nesses últimos 5 dias, uma despertou aquele calorzinho no coração - Arquitetura Alternativa, ministrada pela arquiteta Viviane Teles. Não vou entrar em detalhes sobre as construções feitas com adobe ou sobre permacultura, apesar de ter ficado fascinada com tudo o que foi apresentado. A história que quero contar aqui é outra. Não é a primeira vez que ouço, nem a primeira e última vez que conto.

A arquiteta recebeu um projeto de reforma para fazer. O perfil da família que o encomendou não me é estranho: um casal, três filhos, quartos com televisão e computador; cada um isolado em seu pequeno mundo; pouca conversa entre eles. Como acontece na minha família, talvez na sua ou na dos nossos vizinhos.

Ela fez o projeto. Executou. Todas as televisões foram retiradas. A sala, por onde circulava um vento bem gostoso, recebeu uma televisão boa e atrativos para os filhos. A reação ao executado é previsível: "CADÊ A MINHA TV???".

Os meses foram passando e com eles à reação negativa ao novo ambiente. Mantendo contato com os familiares, através daquilo que chamamos de APO², Viviane ouviu uma frase que, segundo ela, jamais esquecerá: "Você salvou minha família".

A televisão agora era só uma e todos precisavam saber compartilhá-la. A confusão deu lugar à compreensão. Os filhos passaram a achar o jornal a que os pais assistiam interessante, assim como os pais começaram a assistir aos mesmos programas que seus filhos, facilitando até o entendimento da cabeça de seus bambinos. O espaço de convivência criado na sala e na cozinha afastou o isolamento de cada um nos seus quartos. O diálogo surgiu e quando menos se esperava, aquilo era um exemplo de família.

Conclusão: arquitetura não é só combinar a cortina com o tapete. É projetar entendendo as pessoas que utilizarão determinado espaço. Arquiteto tem um pouco de psicólogo, de sociólogo e até de Super Nanny (fora todas as outras atribuições).

E para aqueles que não tem nada a ver com a área, o recado é esse: pequenas atitudes podem fazer uma grande diferença.

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1. Semana de Arquitetura e Urbanismo
2. Avaliação pós-ocupacional. No grosso: o arquiteto fica em contato com o cliente pra ver se o que ele projetou funciona.

1 comentários:

Paula Laurentino disse...

Adorei o post!
Aqui em casa cada um tem sua televisão. Até a cozinha tem seu próprio aparelho (que ó, vou dizer: não funciona muito bem. Tem que dar uns belos tapas pra pegar).
E é o tipo da coisa, meu irmão quer monopolizar tudo com video game. Em uma ele quer colocar o PS2, na outra o X-box... Eu já disse a ele que ele não tem 4 mãos pra apertar os botões e jogar tudo ao mesmo tempo. Mas, né? Sabe como são os meninos de 11 anos.
Tá difícil dele achar o Jornal Nacional interessante. Quem sabe daqui uns anos.
Bom, pelo menos os filmes nós assistimos juntos.
Seria ótimo se nós pudéssemos - sem brigas - compartilhar da Tv, do computador. Hahaha Ah, ilusão! :D

Nem reclamo do jeito que tá, viu? Tô confortável.
E amanhã nos vemos, baby.
saudades ;*